Ana Paula Tenório – Ascom HEHA
24 de março é conhecido como o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Em alusão à data, o Hospital Escola Dr. Helvio Auto, referência para o tratamento de Tuberculose como doença oportunista da AIDS, pôs em execução um novo protocolo com esquema de medicação que reduz o tempo de tratamento da tuberculose latente (ILTB) em pacientes vivendo com o HIV.
Tuberculose latente é quando a pessoa está infectada com o Mycobacterium tuberculosis, mas as bactérias não estão produzindo sintomas. Pessoas com tuberculose latente normalmente não conseguem transmitir a doença para outras pessoas, a menos que o sistema imunológico falhe (como as pessoas que convivem com o HIV/AIDS). Tal falência causa reativação (o crescimento bacteriano não é mais suprimido) o que resulta em tuberculose ativa de maneira que a pessoa se torna contagiosa.
A doença é considerada um sério problema de saúde pública, que, por ser infecciosa e transmissível, atinge cerca de 8,8 milhões de pessoas, provocando 1,1 milhões de mortes por ano no mundo. Embora seja uma enfermidade passível de ser prevenida, tratada e mesmo curada, ainda mata cerca de 4,7 mil pessoas todos os anos no Brasil.
O tratamento da tuberculose latente reduz o risco de desenvolvimento de tuberculose ativa nas pessoas que tiveram contato com o bacilo e ajuda a interromper a cadeia de transmissão da doença, sendo uma das principais estratégias para a eliminação da tuberculose como problema de saúde pública no Brasil.
Novo esquema de medicação
O tratamento da infecção latente pela tuberculose, conhecido como 3HP, consiste na tomada uma vez (1x) por semana dos medicamentos isoniazida (H) e rifapentina (P), durante três meses, reduzindo o tempo de tratamento que normalmente é de no mínimo seis meses.
Segundo Lygia Antas, coordenadora do Serviço de Assistência Especializada (SAE) do Hospital Helvio Auto, o novo esquema pode ser utilizado por todas as pessoas com diagnóstico de ILTB e/ ou com indicação de tratamento da ILTB, incluindo as pessoas vivendo com HIV, atentando para eventuais interações medicamentosas.
O novo protocolo de tratamento estará completo quando ocorrer a tomada de 12 doses de isoniazida + rifapentina por 12 semanas. Dependendo do caso, esse prazo pode ser prorrogado para 15 semanas.
Vantagens do novo esquema de medicação
“Para nossos pacientes é importante a redução do tempo de tratamento, a ingestão de apenas um medicamento por semana, o que proporciona maior adesão ao tratamento. Também redução de custos para o serviço, uma vez que diminui espaço para armazenamento e otimiza a distribuição dos medicamentos, sem falar na comodidade para o paciente que utiliza este novo esquema de medicação. Vale salientar que este tratamento para tuberculose latente é padronizado, gratuito e está disponível exclusivamente no Sistema Único de Saúde (SUS), explicou a coordenadora do SAE do Hospital Helvio Auto, Lygia Antas.
O contágio da tuberculose acontece pelo ar, por meio da tosse, espirros e fala da pessoa doente. A Tuberculose é uma doença infectocontagiosa que afeta principalmente os pulmões, mas também pode acometer órgãos como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).
Cada paciente com tuberculose pulmonar que não se trata, pode infectar em média 10 a 15 pessoas por ano. Alguns fatores contribuem para a disseminação da doença, tais como a pobreza e má distribuição de renda, a AIDS, a desnutrição, as más condições sanitárias e a alta densidade populacional.
Os sintomas mais aparentes são tosse persistente seca ou produtiva, febre pela manhã, perda de peso e sudorese noturna. Por isto, ao apresentar algum destes sintomas, procure um serviço de saúde para realizar exames para diagnóstico da tuberculose.