Ana Paula Tenório – Ascom/HEHA
O Serviço de Assistência Especializada (SAE) do Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA) realiza um trabalho de referência no tratamento do vírus HTLV em Alagoas. Da mesma família do HIV, o HTLV é ainda desconhecido da maioria da população, podendo causar alguns tipos de câncer, além de alterações neurológicas e motoras, podendo culminar com a perda de movimento dos membros inferiores.
O HTLV caracteriza-se por uma infecção silenciosa causada pelo vírus T-linfotrópico Humano (HTLV), que pertence à família dos retrovírus, infectando os linfócitos T.
Ele é transmitido da mesma forma que o HIV, por meio de fluídos corpóreos, sangue, da gestante para o feto (transmissão vertical) e da mãe para a criança durante a amamentação. A maioria dos indivíduos infectados permanece sem diagnóstico por muitos anos ou décadas.
No Serviço de Assistência Especializada (SAE) do Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA), os pacientes com HTLV chegam encaminhados dos bancos de sangue ou de avaliações de pré-natal, pois a maioria só descobre que tem o vírus quando viram doadores de sangue, já que para ser utilizado, o sangue ou seus derivados passa por todos os processos de testagem.
Ao chegarem ao SAE, os pacientes são submetidos a outra sorologia e exame confirmatório para HTLV e iniciam o tratamento com um médico infectologista e equipe multidisciplinar formada por psicólogo, nutricionista, farmacêutico, enfermeira, técnico de enfermagem e assistente social.
“A maioria dos pacientes é assintomática, alguns chegam a ter os primeiros sintomas por volta dos 50 anos. Geralmente começam perdendo a força dos membros inferiores, o que chamamos de Paraparesia Espástica Tropical, podendo evoluir para uma paralisia, além de alguns linfomas estarem relacionados”, explicou a coordenadora do SAE do Hélvio Auto, médica infectologista Mardjane Alves.
No Hospital Escola Dr. Helvio Auto, os portadores do vírus HTLV são avaliados e tratados visando à prevenção do comprometimento neurológico, hematológico, infecções intercorrentes e/ou alterações dermatológicas causadas pelo HTLV.
O SAE funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
Médica infectologista Mardjane Alves alerta para característica silenciosa do HTLV